ATA DA OCTOGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 25-9-2014.

 


Aos vinte e cinco dias do mês de setembro do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Cassio Trogildo, Cláudio Conceição, Delegado Cleiton, Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel, João Ezequiel, Lourdes Sprenger, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum e Rodrigo Maroni. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Dr. Thiago, Idenir Cecchim, Mario Manfro, Nereu D'Avila, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Do EXPEDIENTE, constou o Ofício nº 957/14, de Marcos Alexandre Almeida, Coordenador de Filial da Gerência Executiva do Governo de Porto Alegre da Caixa Econômica Federal. Após, foi apregoado comunicado de autoria do vereador Mauro Zacher, informando que reassumirá a vereança no dia trinta de setembro do corrente. Também, foram apregoados o Memorando nº 041/14, de autoria do vereador Engº Comassetto, informando, nos termos do § 6º do artigo 227 do Regimento, sua participação, amanhã, no Seminário Nacional sobre a Municipalização do Trânsito, em Porto Alegre, e Requerimento de autoria do vereador Márcio Bins Ely, solicitando Licença para Tratamento de Saúde nos dias vinte e cinco e vinte e seis de setembro do corrente. Ainda, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Mauro Zacher, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares do dia primeiro ao dia seis de outubro do corrente. A seguir, o Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Eveline Borges Streck, Presidenta do Educandário São João Batista, que discorreu sobre as atividades desenvolvidas por essa entidade na assistência de crianças e adolescentes com deficiência. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores João Carlos Nedel, Reginaldo Pujol, João Ezequiel e Delegado Cleiton manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Os trabalhos foram suspensos das quatorze horas e quarenta e quatro minutos às quatorze horas e quarenta e cinco minutos. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Paulinho Motorista, João Ezequiel, este em tempo cedido pelo vereador Pedro Ruas, Cláudio Conceição, este em tempo cedido pelo vereador Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra, Alberto Kopittke, Delegado Cleiton, Idenir Cecchim e Reginaldo Pujol. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Alberto Kopittke, Delegado Cleiton, Idenir Cecchim, Reginaldo Pujol, João Ezequiel e Alberto Kopittke. Na oportunidade, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Idenir Cecchim, solicitando, nos termos do § 6º do artigo 218 do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para o vereador Professor Garcia nos dias vinte e cinco e vinte e seis de setembro do corrente. A seguir, transcorreu o período de GRANDE EXPEDIENTE, sem pronunciamentos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, estiveram o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 028/13 e os Projetos de Lei do Legislativo nos 191 e 197/14. Durante a Sessão, o vereador Reginaldo Pujol manifestou-se acerca de assuntos diversos. Às dezesseis horas e seis minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo vereador Mauro Pinheiro e secretariados pelo vereador Guilherme Socias Villela. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Mauro Zacher comunica que reassumirá o mandato parlamentar que detém perante este Legislativo no dia 30 de setembro de 2014.

O Ver. Mauro Zacher solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no período de 1º a 6 de outubro de 2014. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Márcio Bins Ely solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 25 a 26 de setembro de 2014.

Apregoo o Memorando nº 041/2014, de autoria do Ver. Engº Comassetto, nos termos do art. 218, § 6º e 7º do Regimento – justificativa de falta –, que comunica a sua participação no evento Seminário Nacional Sobre A Municipalização do Trânsito, nesta Capital, no City Hotel, Rua José Montaury, 20, Centro, no dia 26 de setembro de 2014, às 9h.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Tribuna Popular de hoje terá a presença do Educandário São João Batista que tratará de assunto relativo a atividades assistenciais desenvolvidas pela entidade para crianças e adolescentes com deficiência. A Sra. Eveline Borges Streck, Presidente, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

A SRA. EVELINE BORGES STRECK: Boa tarde a todos os presentes, em primeiro lugar, quero agradecer a nossa indicação para falar sobre o Educandário São João Batista. O Educandário São João Batista foi fundado em 1939 por Déa Coufal para atender crianças com poliomielite. Na época, a entidade foi fundada com o nome de Casa da Criança Inválida, porque, em Porto Alegre, não existia nenhuma instituição que se preocupasse com as crianças com deficiências causadas pela pólio. Mais tarde, como esse nome era muito triste, Déa Coufal o trocou para Educandário São João Batista. O Educandário se situa em Ipanema, na antiga residência de praia da Dona Déa Coufal. Lá são atendidas 150 crianças, não mais com poliomielite, porque a pólio já foi erradicada, mas com deficiências graves. A nossa missão no Educandário é habilitar, reabilitar e educar essas crianças. Nós temos um grupo de 40 funcionários especializados, tanto para trabalhar na clínica, quanto na escola. Todos esses funcionários são pagos. A entidade não é governamental, é uma entidade filantrópica, dirigida por uma diretoria que se doa, não ganha nada para dirigir a casa. Nós temos 150 crianças na escola especial. Todos os professores que trabalham com essas crianças são pedagogos; na clínica, nós temos o atendimento de 150 crianças, por especialistas na sua área. Nós recebemos as crianças com zero ano de idade e só paramos de atendê-las aos 21 anos, o que torna muito difícil encontrar uma vaga no Educandário São João Batista. Hoje nós atendemos 150 crianças, mas já temos 76 na lista de espera. Então, para uma criança ingressar no Educandário, alguma criança nossa completa 21 anos ou vai embora do Educandário, por transferência dos pais para outra cidade ou por morte. No Educandário São João Batista nós temos o atendimento dessas crianças, do zero aos três anos, com a estimulação precoce e, depois dessa idade, eles passam para a fisioterapia. Nós temos vários tipos de fisioterapia: fisioterapia em solo, fisioterapia aquática, fisioterapia em wii. Por que o fisioterapia em wii? Porque é um jogo moderno, que toda a criança gosta, não sente dor e trabalha muito mais a sua musculatura superior e inferior jogando. Então têm jogos apropriados para que a criança faça a sua fisioterapia brincando. Temos também fonoaudiologia, psicologia, uma piscina térmica, onde as crianças fazem a fisioterapia aquática, porque nem todas as nossas crianças podem fazer a fisioterapia normal sob o risco de fraturar algum osso durante a fisioterapia. Nós temos também uma psicóloga e um Serviço Social que acompanha as crianças e as mães, porque nós temos muitas crianças com a Síndrome de Duchenne. O que é essa síndrome? São crianças que chegam lá caminhando, e a musculatura vai atrofiando até que o último músculo atrofiado é o do coração, levando a criança à morte. Então nós temos que preparar os pais e a própria criança, que sabe que vai morrer, mas que nós lhe damos melhor qualidade de vida durante esse tempo: oferecemos fisioterapia a essa criança, e, aos pais, um atendimento psicológico.

Como nós sustentamos a despesa do Educandário que é de R$ 90 mil mensais? Essa despesa é sustentada através de convênios: temos um convênio em ter a escola e o Governo Federal, dois convênios com o Governo do Estado, com a FASC - um para crianças com deficiência e outro para atendimento de janeiro a janeiro, porque a casa só fecha em fevereiro; temos um convênio com uma ONG alemã que infelizmente nos avisou que é o último ano, a KNH, porque como o Brasil está sendo mostrado como um país rico, então a ONG alemã resolveu se retirar para a África e não vai mais ajudar nenhuma entidade dentro do Brasil. Além disso, a nossa maior arrecadação vem do Funcriança - nós temos que conversar muito com o empresário para que ele conheça a instituição, veja que é realmente séria e que merece ser auxiliada. Alguns empresários já nos conhecem há anos; então nos fazem a doação do imposto de renda devido, lucro real, mas também a pessoa física pode nos doar até 6% do seu imposto de renda. O grande problema dessa doação reside na pessoa física porque ela pode fazer faz dois tipos de declaração: na declaração completa, ela pode doar o imposto de renda devido até 6%, mas, infelizmente, na declaração simples, feita pela maioria dos brasileiros, não há campo para esta doação; portanto, grande número, um volume de bilhões, voltam para o Governo Federal em função de que as pessoas não podem doar.

Há três anos foi feito um levantamento aqui no Rio Grande do Sul: ficou constatado que, só do Rio Grande do Sul, voltaram R$ 156 milhões que poderiam ser doados para as entidades, em função de não haver campo para a declaração dessas pessoas. Já que a gente está conversando com o Poder que pode fazer alguma coisa, que pode mudar a legislação, a gente gostaria que as pessoas se debruçassem sobre este tema do imposto de renda e ajudassem, não só o Educandário, mas as instituições de Porto Alegre, pois muitas delas estão vivendo um momento difícil.

Muito obrigada pelo convite, gostaria que todos vocês conhecessem o Educandário São João Batista, que fica em Ipanema, na Rua Tenente-Coronel Mario Doernt, nº 200, bem pertinho do Restaurante Bologna, que todo mundo conhece, e nos visitasse para ver o trabalho que se faz, de segunda a sexta-feira, das 8 da manhã às cinco da tarde. Obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Convidamos a Sra. Eveline Borges Streck a fazer parte da Mesa.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Quero dar as boas vindas à Presidente do Educandário São João Batista que veio aqui nos dar boas notícias, mas também colocar as necessidades do Educandário e desta área de assistência social. Em nome da minha Bancada do Partido Progressista, dos Vereadores Villela, Mônica, Kevin Krieger e em meu nome, a senhora está sendo muito bem acolhida nesta Casa. Mas também, Dona Eveline, queremos agradecer o trabalho solidário que o Educandário faz pelas crianças e pelos adolescentes portadores de deficiência física. Muito obrigado é o que a Câmara de Vereadores lhe diz.

Aos telespectadores da nossa TVCâmara, eu queria estimular as pessoas físicas e jurídicas a contribuírem, via Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, destinando ao Educandário aquele percentual sobre o Imposto de Renda. Eu sempre digo como é importante trocar imposto por solidariedade. Isso chama-se solidariedade, chama-se amor! E além das doações deduzidas do Imposto de Renda, nós podemos nos cadastras no Nota Fiscal Gaúcha, que também destina recursos para as entidades. Acho muito importante fazer uma campanha nesse setor também, porque vimos que há muitas contribuições do Nota Fiscal Gaúcha para as entidades. Meus parabéns! Renovo o nosso muito obrigado, e cumprimentos pelo seu trabalho voluntário, solidário e de muito amor. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Na mesma senda que o Ver. João Carlos Nedel, eu quero, em nome do meu Partido, em meu nome próprio e do Ver. Conceição, acrescer a nossa mais absoluta solidariedade e reconhecimento ao trabalho que a entidade vem desenvolvendo na Zona Sul de Porto Alegre, nas proximidades da Rua Conselheiro Xavier da Costa, em benefício de toda a comunidade carente de Porto Alegre, especialmente no seu objetivo maior que é o atendimento do jovem, do adolescente, do menor que encontra dificuldades por deficiência física. Esse é um trabalho que nós já conhecemos há muito tempo; já tivemos a satisfação de participar de alguns eventos realizados pelo Educandário na busca, inclusive, de apoio não tão voluntário, mas solicitado, para continuar nossas atividades.

Fico, de certa forma, muito gratificado com a sua presença aqui, mas um pouco preocupado com essa informação de que o nosso País rico, que ajuda vários países do mundo, está sendo chamado a ajudar internamente às suas entidades. Eu até acho que, de certa maneira, isso é um recado que nós recebemos: cuidem de vocês com prioridade. Acho que essa pretensão de que nós somos uma grande potência no mundo e sair distribuindo apoio pelo mundo afora, quando nós temos todos esses problemas internos, é um equívoco que nós temos que corrigir.

Então, eu acho que é muito importante a gente contribuir através dos programas de utilização de parte do Imposto de Renda para doar a entidades como voluntário, etc. Mas, sobremaneira, a gente tem que contribuir criando uma grande força política para que haja o reconhecimento de todas as entidades, quer municipais, estaduais ou federais, pela relevância de trabalhos que o terceiro setor realiza. O Educandário é um dos mais eloquentes exemplos e uma das mais justificadas razões, pelas quais a subsidiariedade tem que ocorrer. E nós temos que contribuir para que o Educandário continue fazendo o bom serviço que faz. Agora, lamentavelmente, perdeu o apoio dos alemães, por isso, temos que retomar a nossa contribuição para fazer essa compensação e não haver nenhuma interrupção no bom trabalho que vocês realizam. Deixo um abraço para a senhora, que bom que veio e conte sempre com o nosso coração, com a nossa solidariedade e também com o nosso apoio pelo bom trabalho que realiza.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Ezequiel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO EZEQUIEL: Boa tarde, Presidente do Educandário, Sra. Eveline Borges, falo aqui em nome da Bancada do PSOL - do Ver. Pedro Ruas e da Ver.ª Fernanda Melchionna –, eu queria dizer à senhora que me sinto muito comovido toda a vez que eu tenho contato com uma entidade que luta e cuida de deficientes físicos, porque o meu pai – já falei neste plenário sobre isso – teve poliomielite e passou a adolescência e a fase adulta toda com bastantes dificuldades. E eu o acompanhei em todo esse processo e, por isso, sei o quanto que as pessoas que têm deficiência – meu pai era paraplégico por conta da poliomielite –, na verdade, precisam de cuidados, de acessibilidade. Queria parabenizar a sua entidade. A Direção do Educandário, como a senhora disse, é voluntária, é uma entidade filantrópica, que, na verdade, presta um serviço – sou obrigado a dizer – que teria que ser prestado pelo Poder Público. Mas, ainda bem que nos temos entidades de iniciativa da própria população, da sociedade civil, que cuidam de pessoas com deficiência física.

Então, eu queria, em nome do PSOL, parabenizar e também prestar nossa solidariedade. A Bancada do PSOL está aberta para ajudar quando vocês precisarem; o que nós pudermos fazer pela entidade, a senhora pode nos procurar. Não seria demais dizermos aqui – é importante para ajudar a entidade, porque está sendo gravado e televisionado – o número da conta para quem, em casa, puder fazer alguma doação, através de depósito em conta-corrente no Banrisul. Quem quiser ajudar o Centro de Reabilitação São João Batista Educandário, que cuida de crianças e adolescentes com deficiência física, pode depositar na conta do Banrisul: agência, 0085; conta-corrente, 06.031.666.0-6; CNPJ da entidade, 92967702/0001-67. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, em nome dos Vereadores da Bancada do PDT, gostaria de saudar a Sra. Eveline Borges Streck e aproveitar também para saudar Ronaldo Leite, que está nos assistindo; e a minha querida mestra, guerreira das grandes causas, que é minha professora Sandra, que está sentada ali, para qual gostaria de dizer que tenho muita honra de ter sido seu aluno pelas causas que a senhora abraça, pela preciosidade que a senhora é. E o Educandário não poderia estar melhor representado pelas lutas que a Professora Sandra e a Sra. Eveline mantêm. O Educandário, eu conheço há bastante tempo, na subida da Rua Déa Coufal, e faz um belo trabalho. São 150 crianças que estão lá para serem reabilitadas. Todo gaúcho, todo porto-alegrense deve se orgulhar por ter pessoas do seu quilate, pessoas da sua equipe, que fazem, voluntariamente, um trabalho que, como diz o Ezequiel, deveria ser feito pelo Poder Público. Deus, lá de cima, está iluminando e sempre mandando energias boas para que as senhoras continuem fazendo esse belo trabalho.

Não vou repetir o número da conta, mas vou repetir o site, que é importantíssimo para que as pessoas entrem e vejam o belo trabalho feito por essas pessoas e para que contribuam, agora, também nas sinaleiras, onde temos os pedágios, os quais já passaram, mas poderíamos até repeti-los. Então, o endereço do site é www.educandario.org.br, e o e-mail é educandario@educandario.org.br. O site já traz todos os dados, inclusive a conta, para que nós possamos cooperar. Poderíamos cooperar não só dessa forma, mas também pediria aos Vereadores aqui reunidos que se sintam sensibilizados e arranjem uma forma justa, dentro da norma, para que nós possamos incluir o Educandário para que tenha um respaldo também do Município, para que continue esse belo trabalho que é exercido por essa equipe, comandada pela senhora.

Que Deus proteja todas aquelas crianças e as demais que, de repente, não têm esse endereço e não podem frequentar em outros bairros; que encontrem, aqui, um apoio, um apego, porque é difícil encontrar; e nós temos caminhado muito. Eu e a minha chefe de gabinete, que foi professora de crianças especiais, temos entrado muito em escolas e em locais com crianças especiais ou com dificuldades de locomoção, então a gente sabe das dificuldades que os pais e familiares têm. Volto a dizer: que Deus ilumine o Educandário, as suas crianças e as pessoas que fazem com que o Educandário seja o que é, desde 1939. Obrigado, senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Gostaria de agradecer a Sra. Eveline Borges Streck, Presidente do Educandário São João Batista. Em nome da Câmara de Vereadores, agradecemos a sua presença e o trabalho que a senhora realiza pela nossa Cidade. Acho que aqui não falamos só pela Câmara, mas pela cidade de Porto Alegre. Quem conhece o trabalho do Educandário sabe do trabalho sério que é feito lá. Fica aqui o convite para que as pessoas visitem o Educandário, porque aquelas pessoas que conhecerem o trabalho lá realizado ficarão tocadas e ajudarão para que o Educandário continue realizando esse belo trabalho. Parabéns, Sra. Eveline, essas são as palavras minhas e da Câmara de Vereadores da Cidade de Porto Alegre para esse Instituto que tanto faz pela nossa Cidade. Parabéns.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h44min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 14h45min): Estão reabertos os trabalhos. Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Mario Fraga está com a palavra em Comunicações. (Pausa) Ausente. O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em Comunicações (Pausa) Ausente. O Ver. Paulinho Motorista está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PAULINHO MOTORISTA: Boa tarde, Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; aos demais Vereadores, ao pessoal das galerias e aos que nos assistem em casa. Nós estamos procurando sempre trabalhar, fiscalizar, solucionar os problemas da nossa população que nos trouxe até a Câmara de Vereadores, que nos elegeu. A cada dia que abrimos o jornal ou acordamos de manhã, escutamos notícias, Sr. Presidente, que nos deixam muito tristes. Ainda hoje, eu estava assistindo àquela situação do assalto que aconteceu em Gravataí, em que um cadeirante, o Sr. Clóvis, tinha o seu bar, trabalhava para o sustento dos seus filhos – não me recordo se são três ou quatro – e, simplesmente, dois menores assaltaram este pobre cidadão e tiraram a sua vida, para roubar meia dúzia de reais.

E nós ficamos tristes, porque isso acontece todo o dia, e com essa lei que a cada dia nos envergonhamos de assistir, o resultado final desse processo é como se nada tivesse acontecido, Presidente Mauro. Os caras saem e matam, estão bem tranquilos, parece que nada aconteceu. Tirar a vida de um, tirar a vida de dois, três, para eles, aquilo é normal, Ver. Cláudio Conceição. Imaginem a situação do cidadão: ter que trabalhar, às vezes, gradeado, como nós vemos. Quando vamos a um estabelecimento a essa hora do dia, está lá dentro o dono, gradeado, com medo de um assalto, uma morte. Então, cada vez ficamos mais tristes com a situação do nosso País em geral. Cada um de nós faz um pouco, dá de si, mas, Ver. Ezequiel, está cada vez pior, as coisas estão piorando em todos os sentidos, o cidadão sai na rua e não sabe se volta; vai trabalhar e não sabe se volta. Ele coloca um estabelecimento pequeno para o sustento da família, quando ele começa a ter um lucro, aquele pouco lucro do sustento, às vezes, não chega nem a pagar o aluguel do mês, Ver. Villela, nosso grande Prefeito. O camarada bota uma arma nele, mata, pega aquela mixaria de dinheiro, vai embora e está livre. Delegado Cleiton, que está acostumado com essa situação, o camarada é preso hoje e amanhã ele passa por ti, dando risada na rua, dizendo: eu já saí, agora vocês vão continuar com o processo de vocês. Muitas vezes, quando eu era motorista de ônibus, os policiais viajam comigo, de manhã; trabalhavam à noite e viajavam de manhã para ir até o Fórum, a uma audiência, porque tinham prendido o camarada que tinha roubado, matado. Quer dizer, o brigadiano trabalhou a noite toda e no outro dia tinha que acordar cedo e ir para a audiência, sabendo que não ia dar em nada para o indivíduo, saía de lá e tinha que voltar para o seu trabalho de novo, um trabalho cansativo.

Então, hoje eu estou só falando sobre isso, e, com certeza, a gente não vai desistir do nosso País, das leis, a gente vai correr atrás. Nós, como Parlamentares, vamos tentar cada vez mais diminuir isso, porque está muito difícil e nos deixa muito tristes. Estou com pena daquela família, quatro filhos do Sr. Clóvis, que era cadeirante, e a vida continua para os assaltantes. E a família tem que se desdobrar, correr atrás, mas para eles, está tudo tranquilo, foi só mais um, para eles.

Era isso que eu queria falar hoje. Eu quero mandar um abraço a todos vocês; ao pessoal que nos assiste, nas galerias, em casa, nosso pessoal de Belém Novo, eu quero deixar um abraço a todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Ezequiel está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Pedro Ruas.

 

O SR. JOÃO EZEQUIEL: Boa tarde, Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; demais Vereadores, presentes aqui na Câmara, servidores da Casa, pessoal das galerias, público em casa que, neste momento ou depois, verá essa gravação da TVCâmara, acho que tem um tema importante para falarmos. Esta Casa é um parlamento com agentes políticos atuando, porque receberam o respaldo da população de Porto Alegre pelo voto. Está correto esta Casa não poder fazer campanha, mas ela pode e deve falar sobre eleição. Ver. Cláudio Conceição, que está aqui conosco e é do meu bairro - Parque dos Maias -, nós temos que falar sobre eleição!

Quero dizer para a população de Porto Alegre para não se iludirem com os parlamentos: com a Câmara de Vereadores, com a Assembleia Legislativa, com a Câmara Federal e tampouco com o Senado. O povo trabalhador tem que tomar as rédeas da política em suas mãos. Em junho de 2013 o povo provou que não tem político - Vereador, Deputado Federal ou Estadual, Senador ou Presidente - que vai resolver a vida dos trabalhadores, os rumos deste País, se não forem os trabalhadores na rua exigindo que cada político cumpra a sua missão, cumpra com aquilo para o qual foi destinado. Nós estamos aqui, porque os senhores e as senhoras votaram e nos escolheram. Portanto, esta Casa tem que ser cobrada! Não se iludam! Muitas das leis que são aprovadas nesta Casa não favorecem o povo de Porto Alegre. É importante que se diga isso. Eu estive aqui muitas vezes como sindicalista e vi direitos dos trabalhadores, como os dos servidores municipais, serem retirados nesta Casa; vi aqui as 30 horas dos servidores da Saúde serem retiradas nesta Casa, com a assinatura do Prefeito Fortunati, do Secretário Casartelli, com voto de muitos Vereadores aqui. Vi, nesta Casa, a bimestralidade que o servidor municipal recebia ser retirada no Governo Fogaça. O Verle deixou de pagar e o Governo Fogaça ousou mais ainda, não só não pagou, como mandou uma lei para esta Casa retirando a bimestralidade dos servidores municipais. Quero dizer com isso o seguinte: não se iludam, muito poucos projetos, nesta Casa, na Assembleia, no Senado e na Câmara Federal serão aprovados a favor do povo – muito poucos. E esses poucos projetos só acontecem quando há pressão popular, o povo na rua, o povo enchendo as galerias da Câmara Municipal, da Assembleia Legislativa. Não se iludam, nenhum Parlamentar vai aprovar projeto algum para o povo sem que haja pressão. Por isso, eu reivindico e conclamo a população de Porto Alegre que continuemos na luta, façamos de julho de 2013 o ano inteiro, vamos lutar. Eleição não muda a vida de ninguém, não! Os trabalhadores têm que se unir, se organizar. Reivindico, inclusive, que os trabalhadores desta Casa se organizem no seu sindicato e, se seu sindicato não está respondendo, cobrem dele também. Os trabalhadores têm que se unir, ir à rua e reivindicar. Nós temos que lutar, unidos, por mais saúde, mais educação, tendo consciência de que é o povo na rua que conquista; não são estas cadeiras, não é este que lhes fala, não é nenhum Vereador e nenhum cargo. Muito obrigado, e uma boa tarde.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Cláudio Conceição está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. CLÁUDIO CONCEIÇÃO: Boa tarde, Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; demais Vereadores sentados e ocupando seus espaços. Estou surpreso, nos dias em que estou aqui tenho olhado para o painel eletrônico e tenho visto muitas presenças, mas só nominais. As presenças são nominais, Ver. João Ezequiel! Tanta pauta, tanto processo para ser votado, aprovado e aonde estão os Vereadores? Acho que não estou faltando com a ética, porque depois eu terei que ouvir nas ruas, quando for pedir voto, as pessoas dizerem: “Votar para que, se vocês não fazem o que têm que fazer?” Na verdade, eu não queria falar sobre isso, mas, o que eu queria falar, são poucas as pessoas que estão ouvindo. Já que está sendo gravado pela TVCâmara, isso vai chegar à opinião pública: eu queria até pedir para as pessoas que estão filmando que pudessem passar a câmera aqui para se poder ver a ausência dos nossos Vereadores, que estão no painel como presentes, mas não estão presentes de corpo, isso para que se possa ver o que é a realidade do que se faz aqui.

Mas o que eu queria falar mesmo é que ontem, à uma hora da madrugada, eu fui chamado por quatro taxistas – eles têm o meu telefone celular, eu trabalho com eles, a minha bandeira é a segurança dos taxistas – e fui visitar, no Hospital Cristo Redentor, um que acabara de ser esfaqueado. Antes, ele tinha passado por uma barreira policial; a barreira foi feita e revistaram somente o motorista. Olharam para os passageiros e, como eles não tinham aparência de marginais, deixaram tocar. Alguns metros depois, esses mesmos passageiros, que tinham boa aparência, eram pessoas bem-vestidas, acabaram assaltando e esfaqueando o Seu João Carlos.

Então, eu queria manifestar aqui o meu protesto, para que a Brigada Militar, quando fizesse barreiras, ela, de fato, fizesse na totalidade, não somente revistando o motorista, mas revistando, também, os passageiros, porque quem vê cara não vê coração. Às vezes, a pessoa está bem-vestida, mas está escondido ali um marginal, um assaltante.

O Seu João Carlos acabou sendo vitimado, mais um taxista em Porto Alegre que foi vitimado não pelos assaltantes, mas pela omissão da nossa briosa Brigada Militar. Na verdade, não pela omissão da instituição, mas pela omissão de algum policial que fez o seu trabalho malfeito. Falo isso na condição de quem também é policial, de quem também enfrenta o crime; realmente, nós precisamos tomar uma atitude mais drástica, mais enérgica.

Fica aqui a minha nota de repúdio ao que tem sido feito e ao descaso das autoridades tanto policiais quanto legislativas desta Cidade, que precisam ter um olhar mais atento sobre os taxistas. São quatro mil táxis em Porto Alegre, são mais de 8 mil trabalhadores que estão aí à mercê do descaso da polícia e dos legisladores desta Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa tarde, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras e a todos que nos assistem. Cheguei dez minutos atrasado por conta do nosso trânsito e não pude me manifestar na Tribuna Popular, que hoje contou com a presença da entidade Educandário São João Batista, cuja presidente é a Sra. Eveline, entidade que conheço há aproximadamente 20 anos, algumas vezes fiz trabalho voluntário para a instituição, conheço bem o seu trabalho. Quero mandar um abraço a todos do Educandário pelo seu trabalho com as crianças, pelo carinho, amor e calor humano. Quero dizer à nossa presidente do Educandário que conte com este Vereador, conte com a nossa ajuda no que for possível. No ano passado, organizamos o projeto Gol da Vida em prol do Educandário, no qual participaram Dunga, Paulo César Tinga, vários jogadores. No final do ano, sempre organizamos o Gol da Vida, que representa essas crianças que estão em cima de uma cama e que lutam pela vida. Isso é o Gol da Vida! Qualquer empresário pode jogar, pode ajudar, estamos sempre abertos ao Educandário porque ele faz um trabalho maravilhoso.

Eu ouvi o nosso querido amigo, Ver. Paulinho Motorista, falando sobre a violência, eu li no jornal, a gente sabe, conhece bem, nós vivemos, na verdade, dentro da violência, e ninguém está livre de sofrer esse pênalti. Por isso eu venho muito a esta tribuna, caros amigos, Ver. Ezequiel, Ver. Kopittke, e, às vezes, eu me torno chato. Em muitas das vezes que eu subo aqui as pessoas me dizem: “Dá-lhe pau [como diz aquele menino] pelas crianças”. As crianças são a minha bandeira, porque eu sofri de uma maneira que não tem mágica que resolva, Ver. Ezequiel, só com uma boa educação, com esporte, isso sim vai fazer com que diminuamos bastante a violência. Sem uma boa educação, sem esporte, lazer, cultura para essas crianças, é claro que elas ficarão à margem da rua, e ali ocorre tudo. A criança frequentando a escola, praticando esporte, é outro sonho, a cabeça está voltada para outros sonhos, outros afazeres. Ela livre, na rua, está à mercê de tudo o que acontece nas nossas grandes metrópoles. Então venho, mais uma vez, pedir aos caros colegas Vereadores que ajudem para que Porto Alegre tenha uma boa educação. Por isso que eu peço que o Governo, a sociedade, os empresários, nós, Vereadores, tenhamos uma visão mais profunda de um projeto, e que ele não tenha nome e não tenha cor de bandeira, só a bandeira branca de paz para as crianças. Boa educação, boa alimentação, esporte, para que possamos, de alguma maneira, diminuir um pouco essa violência. Em nome do nosso Criador, Deus, peço para que tenhamos um olhar mais profundo, e só assim nós, Ver. Ezequiel, Ver. Cláudio, vamos conseguir amenizar essa violência. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra em Comunicações e, depois, prossegue em Comunicação de Líder, pela oposição.

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas; nosso Presidente, Ver. Mauro Pinheiro, que orgulha o nosso Partido com a sua condução à frente desse Parlamento, que eu tive a oportunidade de conhecer recentemente as suas origens lá no bairro Rubem Berta, história de quem realmente constrói esta cidade e orgulha o Partido dos Trabalhadores e toda a Câmara de Porto Alegre pela condução que tem feito – por enquanto, na ausência do Ver. Professor Garcia, mas no ano que vem definitivamente; eu venho, neste momento, em Comunicações, quando temos a oportunidade de dialogar com os cidadãos que estão nas suas casas, nós também temos a oportunidade de comunicar o trabalho que nós desenvolvemos no cotidiano dos nossos mandatos.

Eu quero, primeiro, fazer uma saudação ao novo Comandante do Presídio Central de Porto Alegre – eu tive a oportunidade de estar na sua posse hoje pela manhã, às 11h –, Major Dagoberto Albuquerque da Costa. Realmente, é um orgulho, uma alegria, uma satisfação participar pela pessoa que ele é, mas muito mais do que pela pessoa, Ver. Delegado Cleiton, pela formação que o Major Albuquerque tem: ele é formado em Ciências Sociais na UFRGS. Eu achei que não veria esse momento de uma pessoa formada em Ciências Sociais na UFRGS dirigir o Presídio Central. Também é especialista pela PUC, professor de Antropologia, e hoje assumiu o nosso Presídio Central, que, aliás, como muito bem destacou o Secretário Michels, neste último ano, reduziu de 5.500 presos para 4.000 presos que foram removidos para outros presídios, para outras unidades prisionais já no plano de redução, que prevê ainda a redução de mais 3.500 presos do Presídio Central em vagas que já estão prontas. Então, com isso, o Estado, a partir do Governador Tarso Genro, neste ano, entregará aproximadamente 4.500 vagas. Entregará! Não estou falando em promessa, em algo que é muito importante, pouco falado.

O nosso Presídio Central está na sua fase derradeira, pelo menos como o conhecemos hoje, sendo desafogado efetivamente esse presídio que, no período entre 2002 e 2010, saltou de 2.000 presos para 5.500. Tem período concreto e objetivo, governos onde esse descaso se exacerbou. Acho que é uma grande conquista e desejo meus votos de muita sorte ao Major Albuquerque, que assume o Presídio Central.

Ver. Delegado Cleiton, vou tratar de um outro assunto – e faço sempre referência ao Ver. Delegado Cleiton porque ele é da área de segurança e nós conversamos muito mais do que os problemas de segurança que todos nós sabemos. Acho que não é nosso papel também ficar aqui falando só dos problemas; temos que mergulhar nas soluções, buscar na legislação já feita, já aprovada, onde estão os encaminhamentos que deveriam ser feitos e não o são, para solucionar os problemas de segurança com inteligência, com tecnologia. Eu trago aqui relato de uma audiência pública que fizemos na Comissão de Segurança Pública, que eu presido, na semana passada sobre roubo de carros, mas para tratar especificamente da Lei dos Desmanches, a famosa, tão falada lei, aprovada em 2007 e que ficou largada em alguma gaveta sem ser executada até 2012, quando o Governador Tarso Genro decidiu efetivamente tirar essa lei da gaveta e botá-la a funcionar.

Vou projetar alguns eslaides – estão um pouco ruins, tirei com meu próprio celular – para que eu possa explicar aos cidadãos como está o funcionamento da Lei dos Desmanches na nossa cidade de Porto Alegre, e a já lei vem sendo implantada no Estado. O Detran começou a cadastrar as lojas que revendem peças usadas e os locais de desmanches de veículos, porque os carros roubados não somem como um passe de mágica; 60% deles são recuperados, o resto, dos 40%, metade é desmontado aqui em Porto Alegre. E nós compramos essas peças; o cidadão também tem a responsabilidade nesse processo, na hora de comprar a peça usada tem que pedir a nota, tem que ver a origem desta peça, porque nós estamos comprando a peça que foi roubada de nós mesmos, e outra metade vai para o Paraguai e outros Estados para aí servir ao tráfico de drogas. Então, se nós atacarmos os desmanches e a regulação dos desmanches, estamos atacando metade dos roubos de carro – isso é muito importante que as pessoas saibam. O Detran começou então a fazer o cadastramento dessas lojas e a implantar, dentro delas, o sistema do Detran para registrar peça por peça. Cada peça que chega a uma loja dessas, como se fosse uma maçã chegando ao supermercado, uma pêra, um refrigerante, ela tem que ser cadastrada no sistema do Detran, e sai, automaticamente, uma nota ali, um código de barras numerado, já constando a numeração daquela peça. É assim que devem ser os estabelecimentos de venda e revenda de peças usadas. Nós já temos mais de cem lojas e estabelecimentos cadastrados no Rio Grande do Sul, mas qual não foi a minha surpresa, Prefeito Villela, que Porto Alegre – eu já havia feito essa audiência no ano passado, já havia falado desse assunto da tribuna – tem três estabelecimentos apenas cadastrados, sendo que há notícias da própria Polícia Civil, do Detran, da SMIC, de que há mais de 400 lojas que o Detran não está conseguindo cadastrar, porque elas não têm alvará para o comércio. E qual é o motivo? Porque elas não têm o alvará ambiental, porque elas não se adequam às regras ambientais – essas peças soltam óleo – ou então estão numa área em que o Plano Diretor não prevê comércio. E a vida segue. Aqui está a lei, a burocracia, a vida concreta, e esses estabelecimentos funcionando! E eu perguntei para a Prefeitura: qual o prazo que os senhores estão notificando esses 400 estabelecimentos para eles se regularizarem? Ou o Executivo manda uma lei para que nós modifiquemos o Plano Diretor. Eu prefiro modificar o Plano Diretor para incluí-los numa exceção e permitir o cadastramento dessas lojas no sistema do Detran do que continuar assim.

Então, eu realmente senti que esse assunto está solto na Prefeitura. E eu quero fazer um apelo, aqui, à Administração do Município, ao Prefeito Fortunati, ao Vice Sebastião Melo – e aqui não é partido, não é oposição e situação: que tome esse tema como prioridade das prioridades para que nós possamos cadastrar os desmanches e as lojas de revenda de peça usada conforme determina a Lei dos Desmanches. É urgente! Eu fiquei assustado, eu quase achei que tem alguma coisa por trás disso, Delegado Cleiton, de não poder fiscalizar o desmanche... Nós precisamos urgente de uma ação do Executivo para liberar o alvará dessas lojas, ou fechá-las. A SMIC, a Polícia Civil irem lá – a Polícia Civil só para apoiar, não é responsabilidade.

Para encerrar, quero dizer que esse assunto realmente é complexo, mas é muito importante, porque a solução está na nossa mão, Ver.ª Sofia. A solução de metade dos roubos de carro está na mão da Prefeitura! Por isso eu estou fazendo um apelo – não é uma crítica; é uma lei nova, estamos no começo – para que a Prefeitura realmente monte uma força-tarefa que dê uma solução para isso: dê o alvará ou feche os estabelecimentos de desmanche para que nós possamos efetivamente vencer esses mais de 10 mil roubos de carros que nós temos na Cidade. A solução está na nossa mão e nós vamos cobrar aqui diariamente para que possamos encontrar uma resposta para esse problema da Cidade. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra em Comunicações e, depois, prossegue em Comunicação de Líder.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, colegas funcionários desta Câmara, senhores que nos assistem aqui nas galerias e pela TVCâmara; realmente, Ver. Alberto Kopittke, essa lei do desmanche, de autoria do ex-Deputado Adroaldo Loureiro, no nosso Partido, o PDT, atualmente Conselheiro do Tribunal de Contas, foi muito discutida, inclusive teve a colaboração de vários policiais, principalmente policiais do DEIC. Há um mês, eu estive conversando com o Prefeito, juntamente com os sindicatos, cobrando essa lei. Há dois ou três meses, até antes dessa reunião da Comissão, os representantes dessa área, o sindicato de peças automotivas, estiveram no meu gabinete, onde conversamos - estamos caminhando. Como o senhor mesmo disse, existe uma influência na área ambiental e no Plano Diretor. É necessário, mas nós não podemos fechar de vez todas as lojas, no sentimento de que também abrigam funcionários. Em muitas delas, apesar de ainda irregulares, - entre aspas -, porque na sua maioria existe um alvará, há funcionários que trabalham. Eu gostaria que o Prefeito demandasse, chegasse aqui e dissesse que vai fechar tudo e trocar o Plano Diretor, não interessando a área ambiental. Eu gostaria de ver qual seria a forma e a reação de outros colegas do PT. Eu sei que o senhor tem um trabalho belíssimo em cima de Segurança pública, e o que queremos realmente... Essa lei seja muito debatida, mas existe, infelizmente, vários comerciantes que se utilizam da receptação desses veículos para venderem peças recondicionadas, peças seminovas - alguns até vendem como se fossem novas. Eu fiz muitas e muitas apreensões desse tipo. Mas para que não exista esse tipo de desconfiança, como o senhor disse que, de repente, os fiscais não querem fiscalizar e para que não exista também alguma Secretaria que queira se beneficiar, foi criado um novo sistema de fiscalização pelo Governo Fortunati, e essas áreas, que antigamente eram sombreadas, foram reorganizadas. Então, aí está todo o problema. Para que não aconteça nenhum tipo de irregularidade, é por isso que está demorado. E o Prefeito faz questão de que, amanhã ou depois, nós estamos correndo para que isso aconteça, sejam instaladas e autorizadas só as que têm realmente um alvará reconhecido pelo Poder Público. Então, é por isso que está demorado. Já existe um sentimento que nós possamos implantar aqui. Em todo Rio Grande do Sul são muito poucas, poucas mesmo, e, às vezes, também até existe o outro lado, existem alguns que não querem, tanto é que o sindicato tem uma grande dificuldade de agregar todos os comerciantes, pois alguns que não querem. Então, nós temos que coibir principalmente esses que não querem, esses que trabalham com o art. 180 do Código Penal: receptação.

Eu gostaria de falar também, senhores, que, ontem, no nosso debate aqui tivemos a presença do Jornal do Comércio, que fez a seguinte reportagem: “Legislativo debate cotas para negros em concurso.” (Mostra jornal.) Inclusive, fala aqui do trabalho da Câmara, dos Vereadores que fizeram essa defesa, dos Vereadores interessados no sentimento de que haja realmente uma igualdade racial em Porto Alegre. Eu gostaria de agradecer ao Jornal do Comércio, ao Sr. Guilherme Darros, que esteve aqui ontem e fez essa reportagem. E, depois, a repercussão que deu o nosso trabalho ontem, em relação a esse projeto, nas redes sociais, nas mídias em geral, nas pessoas que encontramos pela rua e pelos corredores da Câmara. Inclusive, foram alguns colegas aqui que me falaram da repercussão. Eu, o Ver. Kopittke e o Ver. Tarciso estávamos conversando sobre essa repercussão que houve ontem. E aqui cito alguns: o Ver. Ezequiel fazendo a defesa, o Ver. Tarciso, o Ver. Idenir Cecchim, o Ver. Pujol, o Ver. Conceição. Todos que subiram à tribuna e fizeram a defesa desse projeto.

Então, esperamos que, agora, na próxima segunda-feira, todos os Vereadores estejam presentes para que possamos, de vez, terminar esse debate e trazer para Porto Alegre essa situação de igualdade ao resto do Brasil, que, em vez de 12% - Porto Alegre foi pioneira nisso - para cotas em concursos públicos, foi para 20%. Então, eu espero que todos os Vereadores estejam presentes e aprovem esse projeto que é de grande valia e realmente, pelo que se viu na repercussão, dará um grande prestígio a esta Casa, que é a Casa do Povo.

Há pouco, estávamos falando aqui de Segurança pública. O Ver. Paulinho Motorista disse que houve um assalto. Ontem mesmo, de madrugada, o meu filho estava junto a um assessor nosso aqui, eles estavam entrando em um posto de gasolina quando houve uma tentativa de assalto. Felizmente, o motoqueiro não teve êxito nesse assalto a um posto de gasolina no bairro Nonoai.

E, hoje, numa reunião de que participei no Plaza, comentei que educação e trabalho deveriam ser programas de Estado, projetos sérios de Estado, porque o trabalho dá dignidade, e educação cria cidadãos. Esses nortes, esses direcionamentos é que vão fazer da Segurança pública um projeto que realmente dará frutos. Não adianta nós criarmos leis e prendermos as pessoas; eu sou contra. Infelizmente, os presídios são um mal necessário, mas acho que, ao invés de presídios, deveríamos criar escolas, principalmente escolas de turno integral.

O último assunto é sobre o bairro Ponta Grossa – vou falar rapidinho, porque já não tem mais o que falar sobre o bairro. O bairro, que está com 17 mil moradores, está totalmente abandonado; aliás, já vem de muito tempo esse abandono. Eu espero que o Poder Público veja de outra forma esse bairro. Os moradores que compraram as suas casas não aguentam mais, já estão trocando as suas casas, estão mudando as suas casas, porque já não veem mais nenhum tipo de solução. É o transporte, é o DEP, é o DMAE, é a CEEE, nada vem a beneficiar aquela população. No inverno, alagamento; no verão, mosquitos e moscas. Então o Poder Público que olhe com maior carinho o bairro Ponta Grossa, na Zona Sul de Porto Alegre! Obrigado, senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra em Comunicações e, depois, prossegue em Comunicação de Líder.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu estava escutando, lá do meu gabinete, o Ver. Alberto Kopittke e, agora, o Ver. Delegado Cleiton, sobre os ferros-velhos, principalmente os da Av. Sertório. Eu acho que essa é uma praga que vem há muitos anos, e não tem como culpar alguém – só a Prefeitura, quanto ao alvará. Isso é querer esconder a incompetência da Secretaria que o Ver. Kopittke tanto defende, que é Segurança pública. Não pode! Como é que vai culpar a Prefeitura? Isso é uma questão de Segurança pública! Pediu ajuda. Eu acho tem que pedir ajuda, mas primeiro tem que coibir o roubo, os assaltos, as mortes que acontecem num Governo que não faz nada para a Segurança pública; é um Governo incompetente, mal assessorado, mal administrado na Secretaria, que não faz nada. Com relação aos ferros velhos, os desmanches, os briques, é uma coisa impressionante, tanto no Rio Grande do Sul, como no Brasil. Alguns Estados aderiram essa legislação de ter gravado o número do chassi do carro, mas aqui não acontece nada, aqui não precisa fazer isso. Também, pudera, o Detran, que também é do Governo do Estado não sabe sobre os carros que tem no depósito. Se perguntar qual o que foi roubado, qual o que foi guinchado, seja por embriaguez do motorista, seja por falta de placa, o Detran não sabe; são os depósitos mal administrados até no Detran.

Agora, quanto a esse negócio do alvará – e lá na SMIC nós tínhamos um trabalho muito bom com a Brigada e com a Polícia Civil -, o que fazia a Brigada? A Brigada batia nesses ferros velhos que tinham irregularidades e fazia um ofício para o Secretário da Indústria e Comércio do Município pedindo a interdição daquele ferro velho irregular. Era isso que era feito na hora. Não precisava nem consultar porque estava respaldado pela Segurança pública. E se fechou muito ferro velho. Muitos deles, dois, cinco, dez dias depois, era só o tempo de mudar a razão social na Junta Comercial, abriam com outro nome, sem alvará de novo, aí a gente ia até lá e fechava. E isso acontece até hoje.

Mas tem uma coisa muito pior que isso que são as seguradoras. As seguradoras incentivam algumas oficinas a comprarem peças nos ferros velhos para pagar menos o seguro.

Então, acho que a responsabilidade é de todos nós: de quem compra as peças no ferro velho, da autoridade policial, das seguradoras; é uma praga que tem que ser combatida por todos. Eu ouvi, Ver. Kopittke, o senhor dizer que não tem nada a ver com política. E é verdade, não estou aqui culpando, agora, não dá para pedir para uma Prefeitura... “Não, tem que ser o Governo do Estado, seja ele de qualquer partido, a Polícia Civil, a Brigada Militar, o Detran, as baladas seguras, qualquer pessoa que possa pegar carro clonado, roubado”. Nesta semana, foram pegos dois carros clonados na Prefeitura de Alvorada, mas eu não vou culpar o Prefeito de Alvorada, que é do PT, pois não foi ele quem falsificou ou clonou esses carros, não foi o Secretário quem comprou ou clonou. Ou então dizer que eles sabiam. Eu não sei e não posso sair culpando ninguém! Acho que é responsabilidade de todo mundo! Urgentemente, tem que fazer alguma coisa, começando com as seguradoras, para que não comprem peças em ferro-velho. Meu entendimento é que as oficinas têm que apresentar notas. Quando elas comprarem um farol, a seguradora tem que exigir nota fiscal. Acho que já começaríamos por aí. Depois, dar força para a Polícia e para a Brigada. Também temos que conversar sobre aquelas situações em que o Judiciário, muitas vezes, dá uma liminar e reabre certas empresas ditas inidôneas; não porque o juiz quer abrir para o crime, mas por falta de informações, muitas vezes, não deixa fechada uma empresa que não poderia ser reaberta.

Quero falar dos fiscais, tranquilizando o Ver. Kopittke, que me fez pensar que poderia ter alguma coisa com os fiscais. Não! E eu falo pelos fiscais que conheço, os da SMIC. O Chefe da Divisão de Fiscalização da SMIC, Rogério Teixeira Stockey, é um profissional competente que luta com poucos recursos, mas nunca deixou de atender nenhum pedido de autoridade policial - ia lá, cumpria, fechava, muitas vezes correndo riscos. A Secretaria de Indústria e Comércio não paga adicional de risco de vida para seus fiscais, mesmo assim, eles fechavam,e cumprem até hoje com a sua obrigação, mesmo sem proteção policial. Vejo também no Centro a bandidagem solta, e quero dizer que a fiscalização da SMIC também precisa do auxílio da Brigada Militar. Eu lembro da época em que eu estava na SMIC, quando o brigadiano verificava que havia produtos falsificados, a própria Brigada ia lá e apreendia os produtos. Agora não, tem que esperar chegar uma viatura da SMIC para fazer a apreensão e depois levar para o depósito. Enfim, é uma burocracia. Até os bandidos ficam reclamando da burocracia. Então, eu acho que tem que ser feita uma coisa mais rápida; valorizar os fiscais e pedir a proteção policial. A Brigada, se solicitada e se permitida - porque muitas vezes tem Governo que não permite que a Brigada faça seu serviço -, pode continuar a combater o crime, seja ele pequeno, médio ou grande; crime é crime, tem que ser combatido sempre, não é Ver. Delegado Cleiton? Crime é crime, não precisa dar nome, precisa ser combatido.

E nós temos certeza que, nesse caso dos ferros velhos, dos descaminhos, da falta de alvará, a fiscalização é competente. Falei no nome do Diretor, o Rogério Stock, mas todos os fiscais que trabalham lá, ou a esmagadora maioria, são uns heróis, pois fazem seu trabalho sem ganhar adicional de risco de vida e, muitas vezes, sem a proteção da autoridade policial. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, colegas Vereadores, eu comentava agora com o Ver. Cláudio Conceição, a respeito de uma preocupação que ele, como representante da Zona Norte, vê se agigantar a todo tempo. Dizia-me ele assim: “E esse metrô, que tanto se fala, sai ou não sai?” E o que eu disse para ti te digo agora aqui: eu tenho dúvidas muito sérias a respeito da possibilidade de concretizar esse sonho de várias pessoas, de várias lideranças, dentre as quais o Prefeito Fortunati é um dos mais entusiastas. O que o Fortunati tem lutado por esse metrô poucas pessoas testemunharam com tanta força como eu pude testemunhar. Ele continua lutando, mesmo com tantos obstáculos. Quando surge uma nova dificuldade, ele está sempre lutando sobre isso. Eu não quero que ele perca as esperanças, quero que ele continue lutando, mas acho, Ver. Conceição, que, independente de acreditarmos ou não no projeto do Tensurb, na melhor das hipóteses, se esse fato viesse a se realizar, concretamente as pessoas iriam andar nos trens daqui a uns sete anos, e, nesse tempo, muita coisa vai acontecer.

Sr. Presidente, Vossa Excelência, que também é da Zona Norte, diferente de mim que sou de todas as zonas de Porto Alegre, sabe que a Zona Norte será, na medida em que se coloque o Trensurb, altamente beneficiada, porque a linha traçada vai até a FIERGS, ou até o triângulo da Av. Baltazar de Oliveira Garcia. Mas enquanto isso não acontece, temos que cuidar de algumas situações, Ver. Alberto Kopittke. E aí é um problema que a Casa tem que pensar de forma global. Não pode pensar que isso é um problema do Governo Fortunati, pois este Governo daqui a dois anos termina! Quem vai ser o próximo Governo de Porto Alegre eu não sei! Pode ser da mesma corrente política dele, ou pode ser de uma corrente diferente! Agora, tem que ter um planejamento de longo prazo! O metrô é uma situação de longo prazo, na melhor das hipóteses. Enquanto esse longo prazo não se realiza, a médio prazo, temos que, indiscutivelmente, melhorar e organizar o transporte coletivo de massa na cidade de Porto Alegre. E aí, Ver. Conceição, é aquilo que eu comentava com Vossa Excelência: a grande perda que eu registro para a Casa e para o Município, no momento, é que nós, na busca de melhorias para o transporte coletivo de passageiros de Porto Alegre, repito, já disse isso há poucos dias aqui nesta tribuna: nós deixamos de nos debruçar sobre o essencial – erro que eu acho que o Brasil todo pratica com maior ou menor intensidade e que, em muitos lugares, está começando a corrigir –, que é a forma de financiar o transporte coletivo, Vereador do PSOL, que também é um homem da Zona Norte e, mais do que isso, é um homem da área. Eu não posso imaginar que a gente eternamente vá conviver com esse sistema, em que o próprio usuário do transporte coletivo não só sustenta a utilização com o pagamento pelo seu transporte, como também paga pelo transporte de vários outros que são beneficiados por leis federais, estaduais e municipais, todas elas dentro desse espírito brasileiro predominante – não vou dizer populista, não vou, isso poderia ser entendido até como um gesto pouco elegante da minha parte – de excessiva bondade, da qual a Constituição brasileira, meu caro Ver. Delegado Cleiton, é pródiga. A Constituição brasileira previu a felicidade geral para todo mundo; tudo vai acontecer de bom para o delegado de polícia, para quem ganha salário mínimo, para quem não ganha salário mínimo, está tudo escrito ali; ou o direito à saúde, à educação, o apoio à velhice, à infância, à juventude, em todo lugar.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol prossegue a sua manifestação, a partir deste momento, em Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: A nossa Carta Maior não disse como é que isso ia acontecer. De certa maneira, o Brasil, Ver. Villela – V. Exa., como economista, conhece isso melhor do que eu –, repete, é a repetição tupiniquim da tentativa europeia do estado de bem-estar social, perseguido pelos europeus durante muito tempo e que gerou a situação que hoje nós conhecemos da Europa. Até os remédios para esses devaneios anteriores, que são complexos e complicados, nem sempre estão dando resultado na Espanha, em Portugal e aí por diante, com a austeridade preconizada pela germânica líder da Alemanha, a Angela, que preconiza uma austeridade para os iberos, para os lusitanos e que para o alemão não é surpresa, porque são treinados na disciplina, mas para os latinos não é tão fácil de se absorver esse fato.

Então, Ver. Conceição – V. Exa. que nos dá a alegria de partilhar conosco alguns dias aqui na Casa –, veja bem, quando pensamos na Zona Norte, acabamos falando na Alemanha, porque as coisas vão se vinculando umas com as outras e vão acontecendo. Mas, no fundo, o que eu queria dizer, respondendo aquela sua indagação inicial, é que no grande sonho há expectativa. Quem não sonha deixa de viver, não tem expectativa, não tem visão de maior alcance, desejo maior de que se realize aquilo que seria o ideal. Mas nós não podemos ficar só no sonho, temos que trabalhar no dia a dia. Agora mesmo, a Cidade festeja essa licitação que se abre para o transporte coletivo. É bom isso? Será bom? São justificados esses festejos? Ali dentro está incluída a solução do problema? Eu tenho as minhas dúvidas. Então, estou ficando o cético desta Casa. Eu sou o representante do ceticismo. É que, na minha idade, o sonho tem que ser o sonho de olho aberto. Eu tenho que sonhar acordado, não posso sonhar dormindo, porque dormindo eu não controlo o meu sonho e acordado eu controlo o meu sonho. E isso é que eu quero fazer.

Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro, que com tanto destaque e eficiência tem substituído o nosso querido Ver. Professor Garcia na presidência da Casa nesses conturbados dias. Conturbados, mas de uma conturbação feliz, porque a conturbação maior é o pleito eleitoral que se apresenta, e isso é o hino maior da democracia, é a consulta popular, é o sufrágio universal que estabelece os períodos de orientação política da Casa. Não dá para falarmos aqui partidariamente, nem se deve fazer, porque isso é verdade, os nossos companheiros que são candidatos, e eu não sou candidato a nada, não sou eu que vou criar esse tipo de conturbação aqui. Mas o objetivo do pronunciamento, Ver. Mauro Pinheiro, provocado e instigado pelo meu querido colega Cláudio Conceição, foi dizer o seguinte: a Zona Norte não é diferente da Zona Sul; temos problemas em comum. E temos que trabalhar nesse conjunto, porque o Ver. Cleiton, lá do Espírito Santo, tem as reivindicações específicas daquela área. O Ver. Thiago pensa no Lami; pensa na Cidade, mas pensa no Lami de forma preponderante. O Vereador Líder do Governo, aqui na Casa, Mario Fraga, pensa em Belém. Eu até penso na minha Restinga – por que não? Todos temos algum núcleo para o qual temos uma atenção mais vinculada, mas há uma matriz geral a unir todas essas coisas, e não tem para determinados assuntos soluções parceladas, isoladas. É como ocorre na rede de esgotos: não adianta tu resolveres trinta metros de esgotos, se tu não tiveres sequência, porque, senão, tu estás transferindo problema de um lugar para outro, e não é isso o que se quer.

O que nós não podemos perder – e eu não perco mesmo com o meu ceticismo com relação às coisas – é a certeza de que não basta a gente ficar lamuriando e chorando em cima dos problemas. Alguma coisa dá para se fazer, e isso, certamente, as urnas vão determinar agora, os novos gestores deste País, deste Estado, os novos Parlamentares do Rio Grande do Sul e do Brasil haverão de – com responsabilidade cívica, respeitadas suas posturas ideológicas – realizar para o bem da Nação e para o bem deste Estado.

E tudo isso, Vereador, há de se incrementar no ano vindouro, quando a Casa terá o privilégio de tê-lo na Presidência. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir Cecchim, na condição de Líder da Bancada do PMDB e nos termos do art. 218, § 6º do Regimento, solicita Licença para Tratamento de Saúde para o Ver. Professor Garcia nos dias 25 e 26 de setembro de 2014.

O Ver. João Ezequiel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO EZEQUIEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, público que nos assiste em casa, nesta semana temos aqui, pelo menos, dois representantes do Parque dos Maias, queria dialogar aqui com Ver. Cláudio Conceição, ele e eu estamos passando um breve período aqui na Câmara. Ver. Cláudio Conceição, o senhor sabe que, na semana passada, há alguns dias, houve um ato público no postinho de saúde do Parque dos Maias, aquele que fica ali na praça central, perto da sua casa inclusive. Vereador, nesse posto, os servidores se reuniram, pois não aguentavam mais a situação precária tanto das condições de trabalho como de insegurança – visto que muitos funcionários foram ameaçados várias vezes por traficantes – e se obrigaram a fazer um ato público para tentar chamar a atenção do Poder Público e dos próprios Vereadores, enfim. Queria somente pontuar aqui que é impressionante a diferença, o abismo que existe quando ocorre uma desocupação, quando ocorre uma reintegração de posse, como aconteceu ali perto no próprio Parque dos Maias, na ocupação Dois Irmãos. Estive lá às 6h da manhã e me deparei com um aparato policial impressionante, gigantesco, que cercava todas as vias, todas as entradas que levavam até a ocupação Dois Irmãos. Veja o senhor a ação do Poder Público, e aí, envolvo Poder Público Municipal e Estadual porque, em última instância, da Brigada Militar e da própria Polícia Civil, o comandante máximo é o Governador. Aí, não entendo: como um postinho de saúde do Parque dos Maias – necessário à população daquele bairro – fica desguarnecido de segurança? Quando é para tirar o povo pobre que precisa morar, a gente vê um aparato gigantesco, vi até brigadianos a cavalo lá, vi caminhões da Brigada, vi brigadianos com moto, vi várias camburões. Então eu quero deixar aqui essa crítica, porque é necessário. Eu quero reivindicar que o Governo do Estado coloque pelo menos dois brigadianos ali na praça junto com o Posto. Pelo amor de Deus, até quando os trabalhadores da Saúde vão trabalhar sem segurança? E isso não acontece somente lá no Parque dos Maias; no Posto lá do Rubem Berta, várias vezes, nós fomos procurados pelos trabalhadores de lá, também por ameaças, por falta de segurança. No Posto do Macedônia, que fica na Restinga, nós também, várias vezes, fomos procurados pelos trabalhadores de lá por falta de segurança, por ameaças. Houve um episódio lá na UBS Macedônia em que um médico foi arrancado de sua cadeira por um traficante! Então até quando essa situação vai permanecer?

E falando ainda em Saúde, o Fórum em Defesa do SUS largou uma nota, esta semana, dando conta – vejam bem, atenção, Vereadores de Porto Alegre – de que a Saúde vai passar por uma crise sem precedentes! O Fórum em Defesa do SUS notificou... Vocês sabem que houve, em 2011, a criação do IMESF, que foi aprovado aqui, o Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família. Quero dizer aqui que nós, do PSOL, somos totalmente favoráveis à Estratégia de Saúde da Família, que é uma estratégia benéfica à população, mas nós somos contrários a que essa Estratégia de Saúde da Família seja administrada por uma entidade que não seja o próprio Município de Porto Alegre e que os trabalhadores não sejam concursados. Pois bem, o Fórum em Defesa do SUS entrou na Justiça contra a criação do IMESF, aqui no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. O Tribunal do Rio Grande do Sul declarou inconstitucional o IMESF. A Prefeitura de Porto Alegre recursou e foi ao Supremo, e o argumento da Prefeitura era de que o Tribunal de Justiça do Estado – vejam só a Prefeitura, ela se defendeu tentando derrubar a inconstitucionalidade – teria usurpado a competência do Supremo Tribunal Federal. Vejam bem, pois nesses dias, uma decisão da Ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, disse que não há usurpação de competência e que, portanto, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul estaria correto. Ver. Cláudio Conceição, se permanecer esta decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, todo o IMESF, a instituição IMESF, vai ter que se retirar do Município de Porto Alegre e, portanto, todas as UBSs que foram transformadas em IMESF – onde foram colocados trabalhadores não concursados - terão que fechar, ou a Prefeitura vai ter que fazer novo concurso e colocar mais de três mil servidores da noite para o dia. Nós vamos passar por uma crise grave na Saúde. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, só para finalizar a discussão trazida antes sobre os desmanches na Cidade. Acho que precisamos falar do assunto, gostem ou não, seja bom ou não, precisamos falar, precisamos resolver. A Cidade vai ter que resolver. Não é culpa de alguém, mas a solução depende de alguém, que é quem coordena o Executivo. Só isso. Simples assim. O Ver. Idenir Cecchim estava um pouco agitado no início, acho que ele não ouviu bem a minha fala e veio correndo, acabou se agitando muito. Talvez esteja misturando a questão eleitoral que está lá fora com a busca de soluções concretas, que é o que eu procuro fazer aqui nesta Casa. Acho que é isso que o cidadão quer de nós, não é “bateção” de boca, senão teria que perguntar a ele se ele está com saudade do Governo Britto que fez o PDV da Brigada, demitiu brigadiano. Demitiu brigadiano, foi isso que o PMDB fez no Governo do Estado. Nunca vi aqui o Ver. Cecchim falar de uma ação que ele tenha orgulho que o PMDB fez na Segurança pública, seja no Governo Simon, no Governo Rigotto ou no Governo Britto. Lembro-me só de uma, Ver. Delegado Cleiton, que foi o PDV da Brigada Militar, mas não vim falar disso, quero falar de soluções. Quero apontar porque acho que nós temos que falar das coisas boas, porque isso não é conquista de um governo ou de outro; é da sociedade. Acho que falamos pouco, nesta Casa, do resultado, Ver. Mauro Pinheiro, porque o IDEB, que é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, cuja criação tive a grata oportunidade de participar, na gestão do então Ministro Tarso, lá no MEC, quando se criou o ProUni, o IDEB, que é este processo de avaliação nacional da educação, não existia. O IDEB deste ano, que agora temos como medir, verificou que o Rio Grande do Sul, o nosso Estado, saltou do 14º lugar para o 2º lugar. Já estava indo lá para a rabeira, vinha caindo, tinha caído no Governo Yeda, despencado ladeira abaixo na gestão do PSDB e do PP, que alguns têm como exemplo - eu não -, eu não quero a volta daquela concepção aqui para o nosso Estado, onde a educação foi ladeira abaixo. E eu acho que alguns ficaram tristes com isso. E não é para comemorar só porque é do Governo atual do Governador Tarso, isso é uma conquista dos professores que se sentiram valorizados porque ganharam 74% de aumento, apesar de alguns não gostarem - teve até dirigente sindical que acabou não sabendo dosar suas críticas, e o pessoal tirou do Sindicato porque não reconheceu o aumento histórico de 74%, não reconheceu a promoção de mais de 10 mil professores, a reestruturação do currículo -, foi isso que fez o IDEB subir, foi o Estado onde os níveis da Educação Fundamental inicial, de 1ª a 4ª série, mais aumentaram no País.

Temos que comemorar que o Rio Grande do Sul não só parou de ir ladeira abaixo como subiu para o segundo lugar. Eu voltei a ficar feliz, eu sinto que está voltando aquele Estado que pode ser o primeiro lugar da Educação, de verdade, porque vinha despencando ladeira abaixo. Então é motivo para comemorar, é motivo para destacar e sublinhar que a Educação do Rio Grande do Sul, nos últimos três anos do Governo Tarso, saiu de 14º para o 2º lugar, graças à valorização dos nossos profissionais da Educação, que sempre prestam muito bem o seu serviço e, quando são reconhecidos e valorizados, jogam a Educação do Rio Grande lá para cima, como nós estamos voltando a ter hoje, mesmo que alguns não gostem de falar ou fiquem tristes com essa grande notícia que nós temos que celebrar. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente. O Ver. Mario Fraga está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0707/13 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 028/13, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que institui o Estatuto Municipal de Segurança Bancária e revoga a Lei Complementar nº 416, de 7 de abril de 1998, e as Leis nos 5.824, de 22 de dezembro de 1986, 7.076, de 4 de junho de 1992, 7.494, de 15 de setembro de 1994, 8.115, de 8 de janeiro de 1998, 8.192, de 17 de julho de 1998, 8.204, de 15 de setembro de 1998, 8.269, de 5 de janeiro de 1999, 8.288, de 5 de abril de 1999, 9.083, de 14 de janeiro de 2003, 9.133, de 3 de junho de 2003, 9.992, de 6 de junho de 2006, 10.397, de 2 de abril de 2008, e 11.188, de 4 de janeiro de 2012.

 

PROC. Nº 2046/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 191/14, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Cônego Aleixo o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 5105 – Loteamento Portal do Guarujá 2 –, localizado no Bairro Guarujá.

 

PROC. Nº 2062/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 197/14, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Guido Kunrath o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 2728 – Loteamento Jardim Sabará II –, localizado no Bairro Jardim Itu Sabará.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: O meu interesse maior na discussão preliminar de Pauta era assegurar que a mesma tivesse continuidade. Então, peço que V. Exa. registre o meu pronunciamento em Pauta e evidentemente assegure com isso que ela tramitou neste dia em que se concluiu o período de análise preliminar.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Certo, Vereador. Como estamos no período de Pauta e não há inscritos para discutir a Pauta, consideramos que correu a Pauta. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h06min.)

 

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